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Bolivianos vão às urnas para escolher novo presidente; ex-governante crítico ao Mercosul lidera pesquisas

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    Editorial Resenha Diária
  • 18 de out.
  • 3 min de leitura
Bolivianos votam para escolher novo presidente
Bolivianos votam para escolher novo presidente
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La Paz, dezoito de outubro de dois mil e vinte e cinco — A Bolívia se prepara para um dos pleitos mais decisivos de sua história recente. Neste domingo, dezenove de outubro, milhões de eleitores bolivianos irão às urnas para escolher o novo presidente da República, em uma disputa que pode mudar completamente a orientação política e econômica do país.


As últimas pesquisas indicam a liderança do ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, de perfil conservador e crítico do Mercosul, à frente do centrista Rodrigo Paz Pereira. A eleição acontece em meio a uma crise de desabastecimento de combustíveis, inflação em alta e desgaste do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que governou o país por quase duas décadas.


"Entenda o caso:"


Na primeira votação, realizada em dezessete de agosto, nenhum candidato atingiu os quarenta por cento exigidos para vencer em primeiro turno. O resultado levou o país a um segundo turno polarizado entre Quiroga e Paz Pereira.


Quiroga, que governou a Bolívia entre dois mil e um e dois mil e dois, promete um “novo ciclo econômico liberal”, com abertura ao capital estrangeiro, privatizações e revisão dos acordos comerciais da Bolívia com o Mercosul. Ele também defende aproximação com os Estados Unidos e parcerias com mercados asiáticos, o que, segundo analistas, marcaria uma ruptura com o modelo de integração regional vigente.


Do outro lado, Rodrigo Paz tenta se firmar como uma alternativa de centro. Ele promete manter programas sociais criados durante os governos de Evo Morales, mas com maior responsabilidade fiscal e estímulo ao empreendedorismo local.


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"Cenário político e social:"


A eleição boliviana se tornou um divisor de águas entre duas visões de país. De um lado, a promessa de “liberalizar” a economia e romper com estruturas de Estado centralizado. De outro, a defesa de um modelo de desenvolvimento inclusivo, porém modernizado.

A sociedade está dividida: enquanto o empresariado urbano apoia Quiroga, setores indígenas e movimentos populares se mantêm cautelosos, temendo retrocessos em direitos sociais e ambientais.


As principais cidades, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, registram clima de tensão e atos públicos de ambas as campanhas. A polícia reforçou a segurança nas zonas eleitorais e o Tribunal Supremo Eleitoral montou um esquema especial para garantir o transporte das urnas em áreas rurais e de difícil acesso.


"Impacto regional:"


A disputa boliviana tem reflexos diretos na América do Sul. A possível vitória de Quiroga pode alterar o equilíbrio político do continente e levar a Bolívia a se afastar do Mercosul, buscando novos parceiros comerciais fora do eixo regional.

Economistas afirmam que uma eventual saída ou distanciamento boliviano do bloco afetaria rotas de exportação de gás natural e acordos de cooperação com o Brasil e a Argentina.


Se Paz Pereira vencer, o país deve manter relações diplomáticas e comerciais tradicionais, mas com ajustes fiscais e novas medidas de transparência na gestão pública.


"Pesquisas e próximos passos:"


De acordo com o instituto Ciesmori, o ex-presidente Quiroga aparece com 42,9% das intenções de voto, contra 38,7% de Paz Pereira. O percentual de indecisos é de cerca de dez por cento — suficiente para alterar o resultado final.

O Tribunal Eleitoral informou que os primeiros resultados oficiais devem ser divulgados na madrugada de segunda-feira, e a posse do novo presidente está prevista para dez de janeiro de dois mil e vinte e seis.


A eleição boliviana não é apenas sobre a sucessão de poder, mas sobre o rumo político e econômico da América do Sul. A possível vitória de um ex-presidente crítico do Mercosul pode abrir nova fase de realinhamento regional e redefinir as alianças geopolíticas do continente.

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