Casal investigado por receber R$ 18 milhões presta depoimento à CPMI do INSS sob silêncio e tensão política
- Editorial Resenha Diária

- 23 de out
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Atualizado: 24 de out
O casal investigado pela Polícia Federal por suposto recebimento de R$ 18 milhões compareceu à CPMI do INSS nesta quinta-feira (23). A primeira a ser ouvida, Thaisa Hoffmann Jonasson, optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório. Já o ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho foi questionado após o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pedir apoio ao STF para o avanço das investigações.

A sessão de interrogatórios da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, realizada nesta quinta-feira (23), foi marcada por tensão e poucos avanços. O casal investigado por suposto recebimento irregular de R$ 18 milhões, segundo apurações da Polícia Federal, prestou depoimento sob a condução do presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
A primeira a depor foi Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho. Acompanhada de sua advogada, Thaisa optou por não se comprometer com o juramento de dizer a verdade, amparada pelo direito constitucional de permanecer calada. Durante o interrogatório, respondeu a poucas perguntas e afirmou que “tudo será esclarecido no tempo certo”.
A postura da depoente gerou comentários entre os parlamentares, que demonstraram frustração com a falta de respostas concretas. O senador Carlos Viana destacou que o silêncio, embora legítimo, “dificulta o avanço das investigações” e reforçou a importância da colaboração dos investigados para o esclarecimento dos fatos.
Na sequência, foi ouvido o ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, que também manteve cautela nas declarações. Durante a abertura do depoimento, o presidente da CPMI fez um apelo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, solicitando cooperação institucional para garantir o andamento das investigações conduzidas pela comissão.
Viana ressaltou que o trabalho da CPMI enfrenta barreiras políticas e interesses que ultrapassam o campo técnico. “É uma vitória conseguir iniciar e concluir uma sessão, considerando a complexidade do caso e as pressões externas”, afirmou. O senador ainda mencionou a existência de uma “blindagem de pessoas próximas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, o que, segundo ele, teria dificultado a coleta de depoimentos essenciais.
Apesar das dificuldades, o parlamentar garantiu que a comissão pretende ouvir todos os envolvidos no processo.
“Espero conseguir ouvir todos, até mesmo para que possam se declarar inocentes ou optar pelo silêncio”, disse Viana.
A CPMI do INSS segue com uma ampla lista de pessoas a serem interrogadas nas próximas semanas. A expectativa é de que novos depoimentos possam esclarecer as suspeitas de irregularidades na gestão de recursos e possíveis desvios financeiros ligados a contratos públicos.
Enquanto as apurações prosseguem, os senadores reforçam que o objetivo central da comissão é proteger o patrimônio público e garantir transparência nos processos vinculados ao INSS.




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