Protestos em Lima contra novo governo deixam um morto e mais de 100 feridos

Protestos em Lima contra o governo interino do Peru resultam em um morto e mais de 100 feridos em confrontos com a polícia no centro da capital.

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Nas ruas de Lima, manifestantes intensificaram os protestos contra o governo provisório nesta quarta-feira (15), resultando em confrontos violentos com a polícia. Segundo autoridades locais, ao menos uma pessoa morreu e mais de 100 ficaram feridas durante os tumultos no centro da capital peruana.

O movimento, liderado principalmente por jovens e pelo coletivo Geração Z, ganhou fôlego nas redes sociais e nas ruas com pautas contra o Congresso, críticas à instabilidade política e ao volume de violência e corrupção no país. Os manifestantes também protestaram contra decisões recentes que destituíram a presidente Dina Boluarte, gerando um vácuo institucional abrupto.

Durante a noite, a multidão tentou ultrapassar barreiras de segurança instaladas em frente ao Palácio Legislativo. Em resposta, a polícia usou gás lacrimogêneo, cassetetes e equipamentos de dispersão para conter os manifestantes, que reagiram com lançamento de pedras e fogos de artifício. O embate resultou em feridos entre civis e agentes de segurança.

Autoridades reportaram que 102 pessoas foram atendidas nos hospitais: 24 civis e 78 policiais. A vítima fatal foi identificada como Eduardo Ruiz Sanz, 32 anos, segundo o novo presidente interino José Jerí. A ONG Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos afirmou que o óbito pode ter sido causado por um disparo feito por policial à paisana.

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A escalada da violência ocorre em meio à crise política do Peru, que enfrentou sete presidentes nos últimos anos. A deposição de Boluarte e a ascensão de Jerí foram interpretadas por muitos como uma ruptura democrática, alimentando indignação nas ruas. O novo governo tentou deslegitimar os protestos, acusando “elementos infiltrados” de incitar o caos, e prometeu atuação firme contra os atos de violência.

Em Lima, as ruas ficaram repletas de cartazes, bandeiras jovens e gritos de “fora Congresso”, “justiça agora” e “dimensão do caos”. Organizações civis denunciam que o uso da força foi desproporcional e pedem investigação independente sobre os casos de letalidade policial. Já o governo defende que reagiu “para manter a ordem e proteger instituições”.

O episódio representa mais um capítulo dramático na série de crises políticas no país. Ao final da noite, as autoridades elevaram o alerta de segurança em prédios públicos e convocaram reuniões de emergência para definir medidas de controle. Os próximos dias devem ser decisivos na resposta institucional ao clamor social, e em Lima cresce a tensão entre governo e sociedade, com ruas cobrando legitimidade e paz.