Volkswagen prepara pausas na produção de Golf e Tiguan, empresa nega relação com falta de chips
- Editorial Resenha Diária

- 22 de out.
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Após reportagens apontarem risco de desabastecimento de semicondutores ligados à Nexperia, VW confirma paradas planejadas nos modelos Golf e Tiguan para ajuste de estoque; setor teme novos impactos, enquanto a montadora diz avaliar cenário e reforça que as pausas não decorrem do impasse de chips

A Volkswagen confirmou pausas temporárias na produção dos modelos Golf e Tiguan em sua rede na Alemanha. Segundo a companhia, os ajustes estavam planejados para gestão de estoques e coincidem com o período de férias de outono no Hemisfério Norte. A montadora nega que as interrupções tenham sido motivadas por falta de semicondutores.
Os relatos de uma possível pressão sobre a cadeia de chips ganharam força após reportagens na Alemanha, que citaram alertas internos e o impasse envolvendo a Nexperia, fabricante de semicondutores sob controle chinês. O quadro reacendeu temores no setor automotivo europeu de uma nova onda de gargalos logísticos, semelhante à vivida nos últimos anos.
De acordo com a Volkswagen, não há impacto direto nas linhas em razão de chips neste momento. A empresa afirma que monitora a situação e que as pausas em Golf e Tiguan fazem parte de um planejamento prévio para calibrar o ritmo de produção à demanda, reduzindo custos e evitando excesso de veículos em pátio.
Especialistas e entidades do setor, por sua vez, avaliam que a incerteza em torno de restrições e disputas comerciais envolvendo semicondutores pode pressionar fabricantes de forma mais ampla. Em cenários de estresse, a falta mesmo de componentes básicos — ainda que não sejam chips de última geração — pode comprometer o fluxo de montagem e provocar paradas pontuais em fábricas.
No curto prazo, trabalhadores e fornecedores acompanham os desdobramentos. Em casos de paralisações mais longas, companhias podem recorrer a acordos de jornada reduzida para preservar empregos, medida utilizada em crises anteriores na indústria alemã. Por ora, a estratégia da VW é manter flexibilidade operacional, ajustando turnos e volumes conforme a evolução do abastecimento e da demanda.
A montadora também enfrenta o desafio adicional da transição para veículos elétricos, que exige redesenho de cadeias de suprimento e pode tornar a produção mais sensível a oscilações no fornecimento. Ainda assim, a empresa reforça que os ajustes anunciados não têm relação direta com o impasse da Nexperia e que a operação alemã segue ativa.
Enquanto isso, associações do setor automotivo e analistas acompanham potenciais impactos sobre outras fábricas na Alemanha e na Europa. Em um ambiente global marcado por tensões comerciais e políticas industriais em disputa, o acesso estável a semicondutores permanece central para a previsibilidade das montadoras.




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