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JORNAL RESENHA DIÁRIA

Emissões de CO₂ na Amazônia sobem 60% em 2024 e acendem alerta sobre metas do Acordo de Paris

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    Editorial Resenha Diária
  • 20 de out.
  • 2 min de leitura
Entre junho e agosto de 2024, as queimadas na Amazônia destruíram aproximadamente 2,4 milhões de hectares de floresta e liberaram 31,5 milhões de toneladas de CO₂ na atmosfera — um aumento de 60% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). O avanço do fogo e do desmatamento reacende o alerta sobre o risco de o Brasil não cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris.

Fumaça de incêndios sobre a floresta amazônica em 2024
Entre junho e agosto de 2024, as queimadas na Amazônia destruíram aproximadamente 2,4 milhões de hectares de floresta

As emissões de dióxido de carbono (CO₂) provenientes de queimadas na Amazônia cresceram 60% no trimestre de junho a agosto de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). No total, as chamas destruíram cerca de 2,4 milhões de hectares de floresta e liberaram 31,5 milhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera.


O impacto das queimadas

O relatório do IPAM mostra que as emissões por fogo atingiram o maior patamar desde 2019, quando a região sofreu uma série de incêndios de grandes proporções. O aumento de focos de calor, impulsionado pela seca extrema e pela continuidade do desmatamento, transformou a Amazônia em uma das maiores fontes de gases de efeito estufa do país.

Segundo o instituto, a combinação de mudança no uso da terra, avanço de áreas agrícolas e degradação florestal vem ampliando o risco climático da região e dificultando que o Brasil cumpra seus compromissos ambientais assumidos no Acordo de Paris.


Reunião do Acordo de Paris.
Acordo de Paris
“O fogo tem se tornado um vetor de emissões tão importante quanto o desmatamento direto. Se nada mudar, o Brasil se distancia das metas globais de redução de emissões”, destaca o relatório do IPAM.

Acordo de Paris e metas ameaçadas

Pelos compromissos firmados, o Brasil deveria reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, em comparação aos níveis de 2005. No entanto, os dados mais recentes mostram que as emissões nacionais cresceram 2,3 bilhões de toneladas de CO₂e em 2023, com 49% oriundas da Amazônia Legal — uma tendência que ameaça a credibilidade do país nos fóruns internacionais.


Especialistas alertam que, se o ritmo atual for mantido, a floresta poderá deixar de absorver carbono e se tornar emissora líquida, agravando a crise climática e afetando o regime de chuvas em todo o território nacional.


O papel do El Niño e das políticas públicas

O fenômeno climático El Niño agravou a estiagem na Amazônia em 2024, criando condições favoráveis para a propagação das chamas. Entretanto, o IPAM destaca que a falta de fiscalização e a redução de operações de controle do fogo também contribuíram para a escalada das emissões.


Pesquisadores defendem a ampliação de programas como o PrevFogo, do Ibama, e maior integração entre governos estaduais e federal para combater incêndios e promover o manejo sustentável da floresta.


Um alerta global

O aumento de 60% nas emissões de CO₂ na Amazônia é um sinal preocupante num contexto em que a comunidade internacional pressiona por resultados concretos na COP 30, que será sediada em Belém, em 2025.Organizações ambientais ressaltam que o desempenho da Amazônia será determinante para o cumprimento das metas de neutralidade de carbono do Brasil e da América do Sul.

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