Porto de Itajaí acelera em 2025: novos volumes, licença ambiental e investimento agressivo
- Editorial Resenha Diária

- 19 de out.
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O Porto de Itajaí (SC) vive um momento de viragem estratégica em 2025, combinando recuperação operacional, forte impulso de investimentos e compromisso ambiental renovado. Após um período de ajustes — com dragagem concluída, mudança de gestão e aumento de capacidade — o complexo portuário está retomando seu papel de protagonista na logística brasileira, agora com olhar para o futuro.

Retomada operacional e crescimento de cargas
Em março de 2025, o Porto de Itajaí concluiu uma dragagem de manutenção que restabeleceu o canal interno com profundidade de 13,5 m e o canal externo em 14 m, conforme homologado pela Marinha do Brasil.
Nos primeiros oito meses de 2025, o porto registrou movimentação da ordem de 9,7 milhões de toneladas. Já em outubro de 2025, o acumulado anual superava 11,1 milhões de toneladas, impulsionado por setembro.
Esse desempenho sinaliza que o porto está não apenas recuperando volumes, mas entrando em um novo ciclo de crescimento.
Investimentos e gestão federalizada
A gestão do porto foi assumida pelo Autoridade Portuária de Santos (APS) e o Governo Federal a partir de janeiro de 2025.
Em 29 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou R$ 844 milhões em investimentos para modernizar e ampliar a capacidade operacional do porto. O plano inclui tecnologia, infraestrutura de cais, terminais e equipamentos para responder à crescente demanda logística.
Licença Ambiental renovada: sustentabilidade como pilar
Um dos marcos recentes é a concessão da nova Licença Ambiental de Operação (LAO Nº 1386/2025) pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) com validade de 48 meses. Segundo comunicado, trata-se de uma licença nova, e não simples prorrogação, que alinha crescimento, eficiência logística e exigências ambientais sob a gestão da APS. O documento reforça que o porto está empenhado em práticas de monitoramento, planos de contingência e conexão com a comunidade costeira.
Vínculo porto-cidade e impactos locais
Com o aumento da movimentação portuária, o porto gera efeitos concretos na economia regional: empregos, serviços de apoio, transporte e comércio. A maior profundidade e operações criam também demanda por rodovias, ferrovias, terminais logísticos e armazenagem. No entanto, o porto reforça que o crescimento deve ser acompanhado pela infraestrutura urbana, logística de acesso e proteção ambiental — o que a nova licença busca garantir.
Desafios e perspectivas para 2026 em diante
Embora o ano de 2025 assuma um tom positivo, o Porto de Itajaí enfrenta desafios: logística de hinterlândia (rodovias como a BR‑470), ampliação de terminais refrigerados, modernização de tecnologia, e adaptação às transformações globais do comércio marítimo.A combinação de investimento elevado, licença ambiental de longo prazo e crescimento de volumes coloca o porto em posição de referência, mas exige execução rigorosa.A pergunta a ser respondida até 2026 será: será sustentável o crescimento acelerado? A resposta reside em governança, infraestrutura e equilíbrio entre operação e meio ambiente.




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