Protesto e greve de fome: Carla Zambelli mobiliza Roma em defesa contra extradição
- Editorial Resenha Diária

- 20 de out.
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Deputada brasileira inicia greve de fome na Itália, organiza protestos e recebe atendimento médico após colapso em audiência.

Greve de fome e mobilização em Roma
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está detida em Roma desde 29 de julho enquanto aguarda processo de extradição ao Brasil. No último dia 10 de outubro, Zambelli enviou uma carta ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, anunciando que iniciava uma greve de fome — segundo ela, só encerrará o protesto se o pedido de extradição for negado. Paralelamente, fontes da defesa informaram que ela participou de articulações para protestos em Roma, buscando pressionar as autoridades italianas a rejeitar a extradição ao Brasil.
Motivo da detenção e do protesto
Zambelli foi condenada por Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de dez anos de prisão por crimes relacionados à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Após a condenação, ela deixou o Brasil e foi presa na Itália no cumprimento de mandado internacional. A extradição foi solicitada pelo governo brasileiro e está sob análise italiana. Em sua carta de protesto, Zambelli alegou ser vítima de “perseguição política” e acusou o ministro norditaliano de apoiar uma “decisão injusta e sem provas” emitida por Alexandre de Moraes.
Colapso e atendimento médico durante audiência
Durante uma recente audiência no Tribunal de Apelação de Roma, Zambelli passou mal — a defesa relata que ela caiu, bateu a cabeça e foi atendida por equipe médica antes da sessão ser suspensa. O advogado da parlamentar, Fábio Pagnozzi, afirmou que o estado de saúde dela está “muito debilitado” em razão da greve de fome. A detida alega ainda ter a síndrome de Ehlers-Danlos (que afeta o colágeno) e que não estaria conseguindo receber corretamente seus medicamentos.
Implicações políticas e jurídicas
O episódio representa um marco de tensão diplomática entre Brasil e Itália. Caso a extradição seja negada, poderá gerar repercussão política tanto no Brasil quanto no âmbito internacional.Para Zambelli, o protesto, aliado à greve de fome, é uma forma de pressão para que as autoridades italianas reconsiderem a extradição. Do lado jurídico, o caso reforça debates sobre direitos humanos, saúde de detidos e condições de encarceramento, assim como as repercussões políticas para figuras com mandato parlamentar.
Situação atual e próximos passos
O pedido de extradição ainda está em tramitação. A justiça italiana mantém a deputada em prisão preventiva, enquanto avalia o marco de sua saúde e os argumentos da defesa. A mobilização em Roma está em curso, com protestos e atos públicos defendendo Zambelli e denunciando “perseguição”. Qualquer decisão, negativa ou concessiva, deverá ter impactos maiores sobre a relação Brasil Itália e sobre a percepção internacional de processos de extradição envolvendo parlamentares.




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