Venezuela afirma ter “mais de 5 000” mísseis Igla-S em postos estratégicos para defesa antiaérea
- Editorial Resenha Diária

- 23 de out.
- 2 min de leitura
O presidente Nicolás Maduro declarou que as forças armadas venezuelanas dispõem de mais de cinco mil sistemas portáteis antiaéreos russos do tipo Igla-S, distribuídos em locais estratégicos do território nacional, em meio a uma escalada de tensões com os Estados Unidos no Caribe.

Contexto da declaração
Em 23 de outubro de 2025, Nicolás Maduro anunciou que o país conta com “mais de 5 000 mísseis Igla-S em postos chave da defesa antiaérea”. O anúncio ocorre num cenário de forte elevação das tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, com a presença ampliada de navios de guerra norte-americanos no Caribe, que Caracas interpreta como ameaça à sua soberania.
O que são os mísseis Igla-S e sua relevância militar
Os sistemas Igla-S (também conhecidos como SA-24) são mísseis portáteis superfície-ar desenvolvidos na Rússia, capazes de atingir alvos como helicópteros, aeronaves de baixa altitude e drones. Analistas apontam que sua presença em grande volume pode reforçar a postura defensiva da Venezuela, dificultando eventuais incursões aéreas ou marítimas nas suas zonas costeiras.
Distribuição estratégica e mensagem de dissuasão
Segundo Maduro, os mísseis “estão posicionados até na última montanha, até na última cidade” do território venezuelano, operados por milhares de operadores treinados com simuladores. A mensagem do governo é clara: tratar-se-ia de um sistema de defesa nacional pronto para responder a qualquer “invasão” ou ato de agressão externo, mesmo que implícito que seja voltado à dissuasão das forças dos EUA.
Avaliação dos especialistas
Especialistas militares advertem que, embora o volume declarado seja significativo, possuir mísseis não garante automaticamente eficácia operacional em todos ambientes ou diante de uma ofensiva ampla — a manutenção, treinamento, logística e integração ao sistema de defesa fazem grande diferença. Além disso, a presença de tal arsenal e sua distribuição estratégica elevam o risco de escalada em caso de erro de cálculo ou incidente militar na região caribenha.
Implicações regionais e diplomáticas
A declaração de Maduro agrava a já tensa relação com Washington: os Estados Unidos afirmam que sua presença naval no Caribe visa combater o narcotráfico, enquanto Caracas interpreta como tentativa de mudança de regime ou cerco militar. Para a América Latina, a retórica militarizada pode gerar maior instabilidade, polarização entre os países da região e aumentos nos orçamentos de defesa ou mobilizações civis em países vizinhos.




Comentários