Após reunião em Washington, Brasil e Estados Unidos criam canal permanente de diálogo sobre tarifas e comércio
Editorial Resenha Diária
16 de out.
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Atualizado: 16 de out.
Brasil e Estados Unidos criam canal permanente de diálogo econômico após reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio em Washington, com foco em tarifas, energia e minerais estratégicos.
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Após a reunião em Washington entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, os dois governos decidiram criar um canal permanente de diálogo econômico e comercial. A medida, confirmada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, marca uma nova etapa nas relações bilaterais e ocorre em meio ao aumento de tensões sobre tarifas e políticas de subsídios internacionais.
Segundo o comunicado oficial do Office of the Spokesperson, a conversa entre Vieira e Rubio teve como foco central a revisão das tarifas aplicadas a produtos brasileiros, além da cooperação em minérios estratégicos, transição energética e segurança de cadeias produtivas. As autoridades também discutiram o papel do Brasil na integração industrial da América do Sul e nas iniciativas de energia limpa.
A nota do governo norte-americano enfatiza que “as equipes de ambos os países trabalharão juntas para avançar interesses econômicos mútuos e reforçar o diálogo bilateral”. O novo mecanismo, descrito como um “instrumento institucional permanente”, será composto por representantes dos ministérios da Economia, Comércio e Relações Exteriores, e deverá ter reuniões trimestrais alternadas entre Brasília e Washington.
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Fontes ligadas à diplomacia brasileira afirmam que o encontro foi “produtivo e pragmático”, com promessas de revisão de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros como aço, etanol e calçados. O governo Lula avalia que a aproximação abre espaço para negociações mais equilibradas, especialmente diante do aumento de barreiras comerciais entre grandes economias.
Nos bastidores da Casa Branca, assessores próximos de Rubio teriam defendido a necessidade de “reconstruir pontes” com parceiros estratégicos do hemisfério sul, reconhecendo o papel do Brasil como potência agrícola e energética. Diplomatas norte-americanos também destacaram a importância do país na produção sustentável de minerais críticos, especialmente níquel e lítio, fundamentais para a indústria de baterias e carros elétricos.
Já na imprensa norte-americana, veículos como a Reuters e o Washington Post apontam que o governo brasileiro busca garantias financeiras e incentivos fiscais internos para o setor de mineração, em sintonia com o que foi tratado na reunião. A estratégia reforça a intenção do Itamaraty de ampliar o espaço do Brasil nas cadeias globais de energia limpa, com apoio de Washington.
O diálogo ocorre num momento em que ambos os países tentam reduzir atritos comerciais e alinhar políticas industriais voltadas à sustentabilidade e à inovação tecnológica. A expectativa é de que o próximo encontro ocorra em Brasília até o fim do ano, consolidando o novo formato de cooperação.
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