Flávio Bolsonaro sugere ataque dos EUA no rio de janeiro após ação militar na Venezuela
- Editorial Resenha Diária

- 24 de out.
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) publicou uma mensagem em suas redes sociais sugerindo que os Estados Unidos realizem uma operação militar no Rio de Janeiro, semelhante à ofensiva americana contra embarcações na Venezuela. A postagem gerou forte repercussão entre autoridades e parlamentares, que classificaram a fala como “irresponsável” e “antipatriótica”.

Publicação faz alusão a ataque americano na Venezuela
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou nas redes sociais uma mensagem polêmica nesta quinta-feira (24), em que faz alusão direta à ação militar dos Estados Unidos na Venezuela e sugere que algo semelhante ocorra no Rio de Janeiro.
O comentário foi feito após o governo americano divulgar imagens de um ataque aéreo a barcos suspeitos de transportar drogas e armas em águas próximas à costa venezuelana. No vídeo, divulgado pelo Departamento de Defesa dos EUA, embarcações foram destruídas por mísseis teleguiados.
Flávio compartilhou o vídeo e escreveu na plataforma X (antigo Twitter):
“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos assim aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”
A postagem faz referência direta à Baía de Guanabara, na capital fluminense, onde autoridades brasileiras investigam o aumento do tráfico marítimo. A mensagem foi interpretada como convite simbólico para uma intervenção militar estrangeira no território nacional.
Repercussão política e institucional
A publicação provocou reação imediata no Congresso Nacional e entre autoridades do governo federal.Parlamentares de diferentes partidos criticaram o senador, afirmando que o conteúdo “fere a soberania nacional” e pode ser interpretado como incentivo à intervenção militar estrangeira.
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) declarou que a fala é “um atentado contra a Constituição”.Já a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que Flávio Bolsonaro “segue o roteiro da extrema-direita internacional, que busca descredibilizar as instituições nacionais”.
O Ministério da Defesa evitou comentar diretamente, mas reforçou que “a soberania brasileira é inegociável e protegida pelas Forças Armadas do país”.
Contexto internacional: EUA e América do Sul
Os Estados Unidos realizaram, nesta semana, uma operação militar em águas próximas à Venezuela, alegando combate ao narcotráfico e à atuação de grupos armados ligados ao governo de Nicolás Maduro.A ação, que destruiu embarcações suspeitas, foi vista por parte da comunidade internacional como ato de intimidação política na região.
A menção de Flávio Bolsonaro ocorreu horas após o anúncio da operação, o que ampliou a leitura de apoio explícito à ação norte-americana e de crítica indireta à política de segurança do governo Lula no Rio de Janeiro.
Analistas criticam o tom da mensagem
Especialistas em política e relações exteriores afirmam que o comentário do senador é “grave e inoportuno”.O professor de ciência política André César destaca que a postagem “flerta com discurso de intervenção” e pode ter repercussão diplomática negativa.
“Quando um parlamentar brasileiro sugere o uso de força militar estrangeira em território nacional, ele afronta princípios constitucionais e expõe o país a constrangimentos internacionais”, avalia o cientista político.
Flávio Bolsonaro ainda não se manifestou
Até o fechamento desta edição, o senador não havia retirado a publicação de suas redes sociais e não comentou a repercussão.A assessoria do parlamentar também não respondeu aos pedidos de esclarecimento feitos por veículos de imprensa.
Fontes do Partido Liberal (PL) afirmam, reservadamente, que o conteúdo “não reflete a posição institucional do partido”.




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