STF Amplia Entendimento Sobre Nomeação de Parentes em Cargos Políticos
- Editorial Resenha Diária

- 24 de out.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento que discute se a proibição ao nepotismo também deve atingir cargos políticos, como secretários e ministros. A maioria dos ministros sinalizou que a vedação da Súmula Vinculante 13 não se aplica automaticamente a esses cargos, desde que haja qualificação técnica e interesse público. A decisão, contudo, ainda não está finalizada e voltará à pauta em nova sessão.

STF reabre debate sobre nepotismo em cargos políticos
O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a discutir, nesta semana, os limites da aplicação da Súmula Vinculante 13 — que proíbe o nepotismo na administração pública — a cargos políticos, como secretários municipais, estaduais e ministros de Estado.O julgamento, que teve início em 2023 e foi retomado em outubro de 2025, reacende o debate sobre os critérios de legitimidade e moralidade na ocupação de funções públicas de confiança.
Maioria indica flexibilização do entendimento
Até o momento, a maioria dos ministros sinalizou que a nomeação de parentes em cargos de natureza política não configura nepotismo automaticamente. Segundo o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, é necessário analisar caso a caso se há desvio de finalidade, ausência de qualificação técnica ou uso do cargo para favorecimento pessoal.A posição foi acompanhada por Luiz Fux, Nunes Marques, André Mendonça, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Decisão ainda não é definitiva
Apesar da maioria formada, o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Edson Fachin, e deve ser retomado em nova sessão. Assim, o entendimento ainda não tem efeito vinculante, e cada tribunal pode interpretar a questão conforme os precedentes existentes até a publicação da decisão final.O tema divide juristas e especialistas em direito público, já que a súmula atual foi criada para combater práticas de favorecimento indevido, mas sem distinguir cargos técnicos de políticos.
Contexto e histórico da discussão
A discussão teve origem em ações que questionam nomeações de parentes para cargos de secretários e assessores diretos de prefeitos e governadores. Em 2008, o STF consolidou o combate ao nepotismo com a Súmula Vinculante 13, mas sem tratar expressamente dos cargos políticos. Desde então, tribunais de todo o país têm decisões divergentes.Em junho de 2024, o Supremo já havia reconhecido a validade da ocupação de chefias políticas por familiares, quando demonstrado caráter técnico e ausência de favorecimento, decisão vista como precedente relevante.
Consequências e próximos passos
A retomada do julgamento deve definir, de forma definitiva, se a vedação ao nepotismo alcança cargos políticos. Caso a tese seja firmada, ela passará a valer para toda a administração pública.Especialistas afirmam que o resultado poderá impactar diretamente prefeituras e governos estaduais, alterando práticas de nomeações e gerando possíveis ações de revisão administrativa.




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