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JORNAL RESENHA DIÁRIA

COP30 sob pressão: atrasos, alerta de segurança e falta de estrutura colocam Belém em xeque

  • Foto do escritor: Editorial Resenha Diária
    Editorial Resenha Diária
  • 20 de out.
  • 3 min de leitura
A menos de um mês da Conferência da ONU sobre o Clima (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), o Brasil enfrenta uma corrida contra o tempo. Relatórios oficiais e avaliações de especialistas apontam falhas na segurança pública, atrasos nas obras de mobilidade e deficiências na rede hoteleira. Os gargalos logísticos e de infraestrutura ameaçam a imagem do país em um dos eventos ambientais mais importantes do planeta.

Vista de Belém com estruturas para a COP30
A menos de um mês da COP30, Belém enfrenta atrasos, alerta de segurança e falta de estrutura, colocando em risco o protagonismo do Brasil no evento climático - Rafa Neddermeyer/ COP30.

Com a proximidade da COP30, programada para ocorrer em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro de 2025, o Brasil se vê sob intensa pressão internacional. O evento, que reunirá chefes de Estado, líderes empresariais, cientistas e ativistas ambientais, deverá receber cerca de 50 mil participantes — mas os preparativos estão longe do ideal.


Atrasos e obras inacabadas

A principal crítica recai sobre o ritmo lento das obras de infraestrutura. Segundo auditorias locais, menos de 60% dos projetos previstos estão concluídos, incluindo vias de acesso, ampliação do aeroporto e modernização do centro de convenções que sediará as plenárias oficiais da ONU.O governo do Pará e o Ministério do Meio Ambiente afirmam que as entregas estão sendo aceleradas, mas técnicos apontam que a logística ainda é insuficiente para o fluxo esperado de delegações internacionais.


“Belém vai receber uma quantidade de visitantes jamais vista. Precisamos garantir condições básicas, do transporte ao saneamento, para que a COP30 não vire um colapso logístico”, alerta um relatório da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB).

Segurança sob alerta

Outro ponto sensível é a segurança pública. O relatório do Ministério da Justiça destaca que Belém tem uma das mais altas taxas de violência urbana do Norte do país. O governo federal planeja mobilizar mais de 4 mil agentes das Forças Armadas e da Polícia Federal durante o evento, além de criar zonas exclusivas de acesso para delegações oficiais e chefes de Estado.

Mesmo assim, o alerta permanece: um dossiê da ONU Climate Security recomenda “vigilância reforçada” e “protocolos de emergência revisados” para evitar incidentes diplomáticos ou protestos fora de controle durante as plenárias.


Falta de estrutura e hospedagem

A rede hoteleira da capital paraense também preocupa. Embora novos empreendimentos estejam em fase de conclusão, a oferta total de hospedagem ainda é insuficiente para atender a demanda prevista. A ONU e o Itamaraty avaliam medidas emergenciais, como o uso de navios e estruturas temporárias para acomodar parte dos participantes.

Entidades do setor turístico afirmam que a falta de planejamento antecipado elevou os custos de hospedagem em até 70% nas últimas semanas.


O peso político e ambiental da COP30

A COP30 tem importância simbólica: será a primeira conferência do clima realizada na Amazônia, região crucial para o equilíbrio climático global. O governo Lula aposta no evento como vitrine internacional das políticas ambientais brasileiras e como ponto de virada na imagem do país após anos de críticas por desmatamento e queimadas.


Entretanto, diplomatas admitem que as falhas estruturais e as dificuldades logísticas podem ofuscar o protagonismo brasileiro e fragilizar a narrativa de liderança climática que o Planalto deseja apresentar.


Risco à imagem do Brasil

Especialistas em relações internacionais avaliam que o Brasil corre o risco de perder credibilidade caso o evento seja marcado por caos logístico, atrasos ou problemas de segurança.A COP30 é vista como um “teste de capacidade de execução” para o país, que sediará encontros de alto nível sobre transição energética, financiamento climático e preservação da Amazônia.


“A COP30 é uma oportunidade histórica, mas também um divisor de águas. O mundo estará olhando para Belém — e qualquer falha será amplificada”, afirma a pesquisadora Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental (ISA).

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