Haddad Repudia Calote do Governo Anterior e Diz Que Planalto Não Seguirá o Mesmo Caminho
- Editorial Resenha Diária

- 24 de out.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (24) que o atual governo “repudia o calote dado pelo governo anterior” e garantiu que o Planalto não pretende adotar manobras fiscais semelhantes para adiar o pagamento de precatórios e dívidas judiciais. Segundo ele, o objetivo é restaurar a credibilidade fiscal e assegurar que o país volte a cumprir suas obrigações sem recorrer a artifícios contábeis.

Haddad defende responsabilidade e transparência fiscal
Durante coletiva concedida em Brasília, o ministro Fernando Haddad reafirmou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e criticou o que classificou como “herança de descontrole” deixada pela gestão anterior.Segundo ele, o chamado “calote nos precatórios”, mecanismo usado para adiar o pagamento de dívidas judiciais da União, foi um dos fatores que deterioraram a imagem do Brasil perante o mercado e investidores internacionais.
“Repudiamos o calote promovido pela gestão anterior. O governo não pode brincar com a credibilidade da política fiscal. O que estamos fazendo é colocar as contas públicas em ordem e reconstruir a confiança no Estado brasileiro”, afirmou Haddad.
Planalto busca evitar novo desequilíbrio fiscal
O ministro destacou que o Planalto não seguirá o mesmo caminho, e que o foco é equilibrar receitas e despesas sem recorrer a “atalhos fiscais” que comprometam o futuro.Segundo Haddad, o governo está revendo gastos, fortalecendo a arrecadação e priorizando previsibilidade para garantir o cumprimento de todas as obrigações legais.Ele também ressaltou que o novo arcabouço fiscal é peça-chave para estabilizar a dívida pública e impedir o retorno de déficits excessivos.
“Estamos reestruturando o Estado com base em regras sólidas. O Brasil precisa mostrar seriedade com suas contas — é isso que devolve credibilidade e atrai investimento”, disse o ministro.
Contexto: precatórios e impacto nas contas públicas
Os precatórios, dívidas da União reconhecidas pela Justiça, somam atualmente mais de R$ 160 bilhões.Durante o governo anterior, um teto de pagamento foi criado para adiar a quitação dessas dívidas, o que levou a um acúmulo bilionário e à acusação de “calote institucionalizado”. A atual gestão busca uma solução negociada para o pagamento progressivo desses valores, sem comprometer o orçamento e sem repetir o congelamento de despesas sociais.
Mercado reage positivamente ao tom do discurso
Analistas do mercado financeiro receberam bem o tom de Haddad.A postura de reforço à responsabilidade fiscal foi vista como sinal de estabilidade em meio às pressões políticas por aumento de gastos.Economistas também destacam que o governo tenta manter diálogo com o Congresso para aprovar medidas de compensação orçamentária e evitar o descumprimento de metas fiscais.
“Haddad tem se posicionado como defensor da disciplina fiscal, buscando conciliar gasto social com equilíbrio das contas”, afirmou o economista André Perfeito.
Desafios e próximos passos
Mesmo com o discurso de austeridade, Haddad reconhece que o cenário ainda é desafiador.A equipe econômica precisa lidar com a pressão por reajustes salariais, investimentos em infraestrutura e demandas sociais.Ainda assim, o ministro reforçou que o governo não abrirá mão de princípios de transparência e responsabilidade.
“Estamos enfrentando um ambiente fiscal difícil, mas com diálogo, previsibilidade e equilíbrio vamos manter o Brasil em rota de crescimento sustentável”, concluiu.




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