Lula liga para Otto Alencar após arquivamento da PEC da Blindagem e elogia decisão da CCJ

Lula liga para Otto Alencar após a CCJ arquivar a PEC da Blindagem

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Na noite de sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pegou o telefone e fez uma ligação direta ao senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O motivo do contato foi o arquivamento da PEC da Blindagem, proposta que, segundo o governo, representava um risco político e institucional ao permitir que parlamentares só pudessem ser presos com autorização das Casas Legislativas.

Do outro lado da linha, Otto ouviu um Lula sereno, porém satisfeito. O presidente fez questão de agradecer ao senador pela condução da votação e pelo posicionamento firme da CCJ, que optou por barrar o avanço da proposta. A conversa durou poucos minutos, mas foi suficiente para reforçar a aliança política e pessoal entre os dois baianos.

O clima no Planalto era de alívio. Integrantes do governo viam a PEC como um retrocesso, pois, na prática, criaria uma espécie de blindagem judicial para políticos, reduzindo o alcance das decisões judiciais em casos de prisão preventiva. Lula, que acompanhou o desenrolar das articulações nos bastidores, teria dito a auxiliares que a decisão da CCJ foi “um recado de responsabilidade institucional do Senado”.

Otto, por sua vez, explicou ao presidente que a rejeição da proposta foi consensual entre a maioria dos membros da comissão. O arquivamento, segundo ele, representa “a defesa da imagem do Parlamento”, evitando que o tema se transformasse em pauta negativa nacional e desgastasse ainda mais a relação entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

Fontes próximas ao governo relataram que Lula encerrou a ligação de forma cordial, ressaltando que o país vive um momento de reconstrução democrática e que,

“a responsabilidade política deve vir antes da autoproteção”.

A conversa entre Lula e Otto Alencar é mais um capítulo da reaproximação entre o presidente e parlamentares de centro — estratégia essencial para manter estabilidade política em um Congresso dividido e, muitas vezes, imprevisível.

Nos corredores de Brasília, o gesto foi interpretado como um sinal de maturidade política e de reconhecimento à postura do Senado. Lula teria dito que “em tempos de crise de confiança, o bom senso precisa prevalecer”.

A decisão da CCJ e o telefonema presidencial consolidaram a mensagem que o Planalto queria transmitir: o diálogo segue aberto, mas o governo não apoiará medidas que possam fragilizar o sistema judicial ou abalar a credibilidade das instituições.