top of page

JORNAL RESENHA DIÁRIA

Mercado Livre entra na venda de remédios e desafia gigantes do varejo farmacêutico

  • Foto do escritor: Editorial Resenha Diária
    Editorial Resenha Diária
  • 19 de out
  • 2 min de leitura
O Mercado Livre — um dos maiores marketplaces da América Latina — iniciou oficialmente sua movimentação no setor farmacêutico brasileiro, ao adquirir uma farmácia em São Paulo e sinalizar o desejo de atuar na venda online de medicamentos. O anúncio provocou uma reação imediata das redes de farmácias e dos analistas de mercado, que identificam potencial de disrupção — embora ressaltem que há obstáculos regulatórios e operacionais significativos.

Logo do Mercado Livre sobre fundo
“Mercado Livre amplia atuação e investe no varejo de medicamentos no Brasil - Imagem: Divulgação/Mercado Livre

Aquisição e estratégia

A companhia confirmou que está comprando a farmácia Target (farmácia Jabaquara), localizada na Zona Sul de São Paulo, anteriormente pertencente à startup Memed.  O movimento aparece como um “teste-piloto”, segundo o próprio Mercado Livre, que afirmou que sua meta não é se tornar uma grande rede de farmácias físicas, mas sim atuar como intermediador entre farmácias e consumidores, preparando o caminho para uma venda online de medicamentos com receita e sem receita.


Reações do mercado farmacêutico

As redes incumbentes, como RD Saúde (dona das marcas Raia e Drogasil) e Pague Menos, responderam rapidamente: no dia seguinte ao anúncio, as ações da RD caíram cerca de 6,9% e as da Pague Menos recuaram 3,7%.  As associações de farmácias alertam para riscos regulatórios, impactos na margem e na logística, além da necessidade de garantir segurança sanitária.


Regulamentação e desafios operacionais

O Brasil impõe restrições claras à venda online de medicamentos: a comercialização deve partir de farmácia física ou estar sob licença sanitária, não pode ocorrer diretamente de centro de distribuição e exige farmacêutico responsável.  O Mercado Livre reconheceu que parte de seu movimento depende da evolução do marco regulatório — em especial da Anvisa — para viabilizar o modelo de marketplace 3P em medicamentos.


O tamanho da oportunidade e o impacto esperado

O setor farmacêutico brasileiro movimenta cerca de US$ 27 bilhões por ano, dos quais aproximadamente US$ 8,5 bilhões vem dos medicamentos sem prescrição (OTC).  Analistas estimam que a categoria OTC (medicamentos sem receita) será o primeiro alvo do Mercado Livre, por permitir logística mais simples e margens maiores.  Para as redes tradicionais, o principal impacto pode vir não do volume imediato, mas da necessidade de competir em preço e experiência digital — o que pode pressionar margens, especialmente das farmácias independentes.


Siga o Jornal Resenha Diária nas Redes Sociais
Instagram - X - Threads: @jrdiaria | TikTok: @resenhadiaria

Efeito sobre independentes e margens

Enquanto as grandes redes têm escala e logística própria, as farmácias independentes operam com margens mais apertadas e menor infraestrutura digital. A entrada de um player como o Mercado Livre, com forte capilaridade e tecnologia logística, pode acelerar concentração no setor.  Por outro lado, para o Mercado Livre, o ganho em receita pode ser modesto no curto prazo — trata-se mais de fortalecimento estratégico do que salto imediato de faturamento.


A perspectiva do consumidor

Para o público, a entrada do Mercado Livre pode significar maior transparência de preços, mais acessibilidade em localidades menos servidas e conveniência de entrega. O diretor da empresa afirmou que menos de 1 % dos municípios brasileiros não têm farmácia física, e o marketplace pode chegar nesses locais.  Por outro lado, existe preocupação com qualidade, segurança e atendimento farmacêutico em compras online, levantadas por entidades representativas.


Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page